sábado, 27 de setembro de 2008

Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.

Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.

Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.

A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado á parede - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.

Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.

Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delicias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.

Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.

Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.

O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio quando vivo - só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.

A última boca repetiu — Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.

Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos.

Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.

Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Onde é que se aprende ética?

Essa foi a redação com a segunda melhor nota do 1º Ano do Ensino Médio:


Ética na escola

Ética aprende-se na escola? Sim, mas não apenas na escola. Acredito que a ética nos ajuda a viver, e nos conhecer, isso mesmo, precisamos conhecer a nós mesmos.

Cada um tem seus valores e princípios, mas e aqueles que roubam, que matam, estrupam, e fazem tantas outras coisas do mesmo nível, será que eles não foram à escola ou não assistiram às aulas? Não desejaram aprender?

“Ética – única resposta possível’, muitas das perguntas que fazemos só podem ser respondidas com ética.

Quando nós vemos alguém lutando, pelo que se deseja, ficamos às vezes até admirados porque vemos que essa é uma pessoa que tem garra, mas quando observamos que essa pessoa passa por cima de outras, cauda brigas, mágoas intrigas, vemos a ética dessa pessoa em falta.

O Mundo clama por socorro, pede desesperadamente por um pouco de maturidade de seus governantes. Pede que tudo o que se faz seja anulado, pede e implora por um pouco de ética.

Quando os nossos governantes tiverem um pouco mais de ética, talvez tenhamos também um pouco mais de paz. Um líder que não tem ética não merece ser tido como exemplo, não merece ser honrado com alguém que tenha.

Ética é o valor mais raro no nosso mundo hoje, por que é que o mundo pede tanto e cada vez mais e recebe cada vez menos?

Ética começa onde tudo começa, ética começa na escola, mas vem caminhando cde braços dados com a educação: VEM DE CASA!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Aconselhamos você a não ligar seu celular na aula, se não

Olha só gente, presta atenção, porque a gente aqui, não pode dar mole para uma situação como essa. [OPs]

Imagem do Ensaio da Dança.


Professor Silvio Domen
Educação Física
42 Anos.
Formado pela UEM em 1987

Foi ele quem ajudou na criação da coreografia Matsuri para a apresentação sábado.

Começa hoje, dia 5 e vai até domingo, o concurso "Hoshi Matsuri - Festival de Estrelas". Acontecerá na Vila Olímpica em Maringá, à partir das 18 horas. Com Shows, Gastronomia, Atrações diversas e muito mais, espera-se que o evento seja um sucesso.

O Colégio São Francisco Xavier, será representado por alunos do Ensino Médio que estarão dançando uma coreografia montada pelos próprios alunos. Com o auxílio do professor de Educação Física formado pela UEM em 1987, Silvio Domen, as alunas Andréia, Heloisa e Stefany, projetaram uma dança dinâmica e agitada.

Os alunos estão num ritmo acelerado para a sua apresentação, que será no sábado à noite. Todos estão convidados a comparecerem, sua presença é muito importante. Venha prestigiar conosco essa grande homenagem ao país do sol nascente.



Autoria: Paula Raquel

Adaptação: Rodolfo Reis